09/05/2010

Sinais?



Caminho o caminho de dentro...
Picada acidentada...
De um lado e de outro
paredes de troncos
tomados pela vegetação,
fechando toda e qualquer possibilidade
de fuga segura,
caso surja uma das feras
que me habitam...

Os sons,
alguns ouvi em sonhos,
outros em pesadelos.
Incluindo este,
que lembra a
queda dágua
nos veios do rosto
empedrado...

Só sei do dia
ou da noite
por pequeninas frestas, -
clareiras,
se existem,
estão muito distantes...

Há uma floresta
em mim.
Uma que perdura...
Que não se extingue...
Que me queima,
me derruba...

Selvagem,
sou eu
a pedra
no cachimbo
da minha paz...

ju rigoni (1999)


Visite também Fundo de Mim II, Dormentes, Navegando...,

2 comentários:

Andrea de Godoy Neto disse...

Menina! vim conhecer teu espaço e eis que eram tantos...cada um melhor que o outro...
vou manter um olhar sobre cada

obrigada por deixar-me um rastro que me fez chegar aqui, adorei!

beijos

Eliane F.C.Lima disse...

Comentário para os três textos acima:
Tenho percebido que neste espaço o poema tem um toque mais forte na linguagem (evitei falar em "trabalho com a linguagem", pois cheiraria a artificialismo e tudo me parece muito natural.) Esse aspecto dá ao poema um
efeito estético mais incisivo, mais envolvente. Os poucos versos do primeiro parecem se justificar por isso: o alcance imediato da meta poética (tanto para o produtor quanto para o receptor) pela mobilização eficiente, também, desse aspecto literário.
Eliane F.C.Lima