26/09/2010

Cromos

Na crônica do croquete
e na craca no crânio do crente...
o critério da crítica.

A câmera é a crase do crime
mas deveria ser cripta...
Transparências embaçadas,
cristais estilhaçados,
crateras desacreditadas.

Dentes de crocodilo,
crinas eriçadas.
cristas levantadas...
Os pregos se cravam
nos ilhéus escravos
da cruzada de linha.

Bem-te-vi e quero-quero
não rezam o mesmo credo, -
não os convide
para um mesmo ninho...

Entre mingaus e cremes,
entre corvos e crisântemos,
a crosta cresce...

Cópulas ou cúpulas...
brinquedos de crupiês...
gente (muito) grande.

ju rigoni (sem registro de data)


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3 comentários:

Eliane F.C.Lima disse...

É impressinante como as palavras se atraem. Sua aproximação fônica pode ultrapassar o simplesmente som e chegar ao significado. O surpreender o fenômeno coube à poeta.
Eliane F.C.Lima

guaraciaba disse...

Bem oportuno para os dias atuais ... além de ser a nossa língua surpreendentemente criativa.
Tu tens um crânio criativo! Gostei.Um abraço fraterno.

Tais Luso de Carvalho disse...

Ir levando, machucando a alma, agüentando as pancadas da vida... E assim mesmo dando a volta por cima, tentando sair ileso e partindo pra outros caminhos. E se conseguirmos deixar as mágoas num canto qualquer, melhor.

Colocar amarguras em folhas brancas? Colocar amores desfeitos? Pelo menos uma lágrima há de cair. E manchar.

Ju, este poema dá muitos interpretações, dá pra deixar a imaginação viajar...
Estou, hoje, passeando de avião, por aqui.
Beijos, amiga.